21/10/07

O pulha não aparece só na nossa adolescência

O pulha não aparece só na nossa adolescência,"quando lutamos para afirmar a nossa identidade, nossos sonhos, nosso lugar no mundo.Estamos cheios de dúvidas sobre o que fazer, e de repente o pulha está ali: é sempre o líder, o que se acha mais bonito, mais inteligente, mais capaz de enfrentar os desafios do futuro." "O pulha (tanto feminino como masculino) nos olha com um certo ar de superioridade, e procura ditar as normas do grupo."
O pulha volta a aparecer mais tarde em diversas ocasiões. Já não é o mesmo da adolescência, é sub-reptício, sonso, às vezes finge ser amigo, mas ataca-nos pelas costas.
Na Faculdade, ele ou ela, não emprestam apontamentos, falam mal de você, "esquecem" de dizer que o professor, não dá aulas na sexta-feira, ou que adiou aquele teste.
No seu primeiro emprego, pode ter a certeza que lá estará o pulha, sempre pronto a apropriar-se das suas boas ideias, e contar a todos, qualquer falhanço que você tenha. Mas eu vou mais longe, em todos os empregos que você tiver lá estará, o pulha para lhe dificultar a vida.
Mais tarde quando você comprar um apartamento num condomínio, logo na primeira reunião, é possível que "haja mortos e feridos", porque lá estava o pulha, dando início às hostilidades.
Mas se preferiu comprar uma moradia para escapar aos problemas dos condomínios, pode acontecer que o pulha, venha a ser o seu vizinho do lado. O pulha está em toda a parte, durante toda a sua vida.
Até se você tiver a ideia de constituir uma sociedade comercial, pode ter o azar de um dos sócios, ser o pulha.
Mas a existência dessa figura, acaba sendo útil: porque pelo menos, serve de máu exemplo; e também nos ensina a lidar com outros pulhas.
Pessimista, eu? Nem por isso. Aprendi com o pulha do emprego, e nunca mais tive problemas, desse género. Eles foram aparecendo, mas já sabia como lidar com a raça.
Você, que ainda está na faculdade, se aprender depressa como agir com eles, melhor para si.
Paulo Coelho, na sua crónica, analisou o pulha adolescente, talvez por falta de espaço. Mas o pulha cresce, e tropeçamos nele durante toda a nossa vida.
José Pereira
Nota: Este "post" foi inspirado na crónica, "O Pulha", de Paulo Coelho, na revista Viva do J.N. do dia 05-10-2007

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