09/02/08

Quantas decisões toma por dia?

Você tem ideia de quantas decisões é obrigado a tomar durante um dia? Eu também não. Mas são muitas. Procuramos transformar parte do dia numa rotina, fugimos bastante de situações novas, tudo para evitarmos tomar decisões a cada momento. Mesmo assim não escapamos!
Desde que acorda até que sái para o trabalho, é o período mais rotineiro do seu dia. Mas mesmo assim, tem que escolher a roupa que vai vestir e qual a gravata que fica bem com este fato. Isto é o mínimo.
Você leva as crianças à escola? Então conte as vezes que decide alguma coisa mais. Depois, já no automóvel em direcção ao trabalho, tem que fazer muitas opções: trava ou acelera, atende o telemóvel? Não, depois eu ligo. Ultrapassa ou não, insulta ou é melhor não ligar àquele estúpido.
Isto do pára-arranca, dá-me cabo dos nervos. Não venho mais por aqui!
Entra na cave para estacionar. Já não tem o lugar habitual junto ao elevador, e agora? Talvez aquele, mas não, fica muito afastado. -Ah! Ali está um. Vai ser mesmo aquele. Decide ficar cinco minutos sentado ao volante, para relaxar. Mas os seus pensamentos remungam: O trânsito está um inferno, toda a gente tem dois carros! Por falar nisso, tenho que trocar o carro, ou comprar outro e este fica para a Marta.
Veio ao seu pensamento aquela discussão de ontem à noite, por ela aceitar a boleia do colega, na vinda para casa. -Não gosto que a minha mulher venha de automóvel com um homem que não seja eu! E eu detesto -disse ela- que tu almoces quasi todos os dias com a tua colega. A discussão parou quando ambos negociaram e tomaram a decisão de: -Pronto, está bem, venho no autocarro e tu almoças sózinho. E ficou combinado.
Oh, esqueceu-se das horas, tinham passado vinte minutos. Toca a correr para o elevador. Já no escritório tem que tomar a primeira decisão. Vai ter com o chefe ou vai para a sua secretária. Resolve perguntar à colega: -O chefe já me chamou? Não? Então vai para o seu gabinete onde quasi toda a manhã tem que decidir inúmeras coisas.
Decisões e mais decisões, é sempre assim. Ao almoço, sózinho, claro! Depois de decidir o que vai almoçar e enquanto espera, pensa nos filhos. Agora o Pedro (dez anos) cismou que quer uma bicicleta. Diz que todos os amigos, ao sábado, andam de bicicleta e ele não. Dá sempre discussão.
Decide falar com a mulher sobre a hipótese de propor ao Pedro que se ele melhorar as notas, tem a bicicleta.
Muitas decisões são precedidas de uma negociação. E vendo bem, parte do seu tempo também é passado a negociar. Ora com a mulher, ora com os filhos. Outras vezes é a patroa com a empregada doméstica.
E você, não se lembra daquela gargalhada que deu, mesmo sem achar graça nenhuma à anedota que o chefe contou? Essa foi uma forma súbtil de preparar o terreno para a conversa que quer ter com ele sobre um aumento de ordenado.
É como lhe digo, sabe quantas decisões e também negociações já tomou hoje? Vê como não sabe?
Pode somar mais uma: decidiu hoje visitar o meu blogue.
Como deve ter notado, dirigi-me a você, que é homem. Mas fique sabendo que as mulheres tomam três vezes mais decisões que os homens.
José Pereira

Leia mais!

05/02/08

Duas festas de Carnaval.

Ontem recordei duas festas de carnaval, que me marcaram. Um delas foi na minha infância, o outro, eu já era adulto e casado. Não resisto a contar.
Tinha eu oito ou nove anos e o meu pai me levou a um baile infantil, na sede da Tuna Luso Comercial, em Belém do Pará - Brasil (onde nasci). A meio do baile, com o salão do 1º andar a abarrotar de crianças a saltar e a cantar, eu tive sede e o meu pai levou-me ao bar, que ficava no rés do chão, mesmo por baixo do salão de dança.
Quando entrei e vi o tecto de madeira, a balançar de cima para baixo e de baixo para cima, e os candelabros pareciam um pêndulo de relógio de parede, naquele movimento de um lado para outro, fiquei assustado. Já não queria voltar a subir: Papai, vamos embora que isto vai cair! Mas o meu pai lá me convenceu e acabei indo. E felizmente a festa continuou e eu acabei esquecendo o que tinha visto. Foi uma festa de Carnaval, muito alegre para mim! Aquele ambiente de atira confetis, serpentinas, e aquele odor a perfume(dos lança-perfume), ajudou muito.
Aos 30 anos, já casado, recordo pela negativa, uma noite de Carnaval em que eu com a minha mulher fomos a um hotel em Ofir (praia do Norte de Portugal). O salão de baile estava tão cheio
de gente, que era impossível dançar. Os encontrôes eram mais que muitos.
Bem tentamos várias vezes, mas era mesmo impossível. Resolvemos ficar sentados à mesa, mas a festa já estava estragada e pouco depois viemos embora, muito antes da hora prevista.
Duas festas, dois aborrecimentos, resolvidos de modo diferente. O da criança que resolve tirar partido da alegria que reinava. O modo do adulto que não conseguiu que a alegria da festa o fizesse esquecer que tinha pago para se divertir e afinal não encontrara condições para tal.
José Pereira

Leia mais!