07/06/10

Redes Sociais: Use-as Com Bom-Senso!

Frequento muito pouco as Redes Sociais, não porque tenha alguma razão especial para as evitar, mas apenas por uma questão de temperamento e também como o meu tempo disponível não é muito,prefiro usá-lo na leitura de blogues que eu aprecio.

Mas não foi propriamente para falar das minhas preferências na Internet que eu estou escrevendo. É para contar um caso verídico que começou, isso mesmo, numa das mais populares Redes Sociais.

Num sábado do mês de Maio, almoçámos, eu e a minha mulher, com um casal amigo que já não víamos há dois anos. Chegados ao restaurante e depois daquelas expressões de quem não se vê há muito tempo, encomendamos as refeições,então eles entraram directamente no assunto: "Se soubessem o que nos aconteceu!" E não nos dando tempo para perguntar: O que foi? O meu amigo começou logo a contar.

Quando a filha ficou desempregada, passava parte do tempo no computador. Eles pensavam que ela pesquisava empregos, mas se era o que procurava, não encontrou, porque ainda está sem trabalho.

O que a menina fazia na Internet tiveram os pais a revelação, quando tempos depois, estando eles nos últimos dias de uma semana em Londres, receberam um telefonema da filha que lhes deu a notícia de que estava grávida. Os pais ficaram siderados, eles nem sabiam que ela namorava!Como foi isso possível? Mas a filha não quis explicar pelo telefone.

Só no regresso, dois dias depois, é que ficaram sabendo que ela "conhecera" um rapaz numa Rede Social e após três semanas de conversas marcaram um encontro cujo resultado
foi a gravidez. O meu amigo zangou-se, a mulher dele nem acreditava que a filha tivesse esquecido tudo o que sabia sobre métodos anticoncepcionais. A menina não tinha esquecido, mas garantiu que o preservativo rasgou-se. E a pílula do dia seguinte? O pai, sarcástico, terá dito que "no dia seguinte eles devem ter estado a consolidar o trabalho da véspera!"

Ele acha que não devia ter dito aquilo, mas estava fora de si.E terá acrescentado tudo o que lhe veio à cabeça, mas só recorda de disparar uma frase que leu na Internet: "homem burro mais mulher burra, igual a gravidez". Antes que ele se lembrasse de tudo o que chamou à filha eu perguntei: E que tal o namorado,vocês aprovaram a escolha da vossa filha?

O homem estava alterado.Antes quero dizer-vos que o bebé já nasceu, é um rapazinho que representa a única nota positiva resultante da aventura em que a filha se meteu.

Quanto ao sedutor (o termo é do meu amigo), eles quiseram conhecê-lo, e ainda na fase da gravidez, o convidaram para ir à casa deles. Ficaram decepcionados. O rapaz nem tem instrução nem cultura,nem maturidade e é mais novo do que a namorada onze anos, e agora deixou o emprego para vir arranjar outro na mesma cidade onde moram os meus amigos.

Mesmo contrariados,pensaram que seria melhor os desempregados ficarem a viver com eles enquanto não arranjassem trabalho. Mas dois meses depois tiveram que o "convidar" abandonar a casa, porque as discussões entre os namorados eram diárias.

Actualmente estão separados. A moça vive na casa dos pais com o bebé, e o rapaz vai ver o filho sempre que deseja. No entanto as discussões continuam, e ele ameaça tirar-lhe o filho.

Ela deve estar bem arrependida de se ter metido neste sarilho e provavelmente ele também, afinal eles são um bom exemplo do mau uso que alguns dão às Redes Sociais.

E agora o que lhes irá reservar o futuro? Um inocente bebé com pais desempregados, que vão acabar se odiando e os avós que adoram a criança, todos estão em sofrimento.

O tempo costuma resolver muitos problemas, mas este, será que resolve? É um caso que tem todos os ingredientes para acabar mal. E você como resolveria?

Até à próxima.

12 comentários:

  1. Joseph, complicada a situação.

    Bem, se tivesse uma filha e ela aprontasse uma dessa, ajudaria financeiramente e faria com que ela adquirisse responsabilidade criando o filho. Faria com que ela trabalhasse pra sustentar o filho também.
    O pai da criança? É problema da família dele.

    Abraços

    ResponderEliminar
  2. Vera,

    Uma opinião que considero acertada. Parece que em relação à filha é isso que estão fazendo.

    No que se refere ao rapaz, não sei, talvez estejam na espectativa.

    Obrigado pelo seu comentário.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Olá José,

    Uma situação muito complicada, para te falar a verdade imagino que minha reação seria diferente do que eu pudesse achar, quando eu dissesse que já estaria preparado para uma situação assim.

    Você deu um ótimo exemplo de que as tão "inofensivas" redes sociais não são tão inofensivas assim. O problema é que as pessoas acham que atrás de um monitor estão seguras, mas saem de trás dele e vão ao encontro de alguém que pode ser totalmente diferente da conversa, da foto apresentada, etc.

    Detalhe: as pessoas se esqueceram que na internet devem se comportar como na rua - nunca devem dar muita atenção a estranhos.

    Grande abraço.

    ResponderEliminar
  4. Iúri,

    Tem toda a razão, e concordo totalmente consigo. Acho que é muita leviandade marcar encontros com pessoas que se não conhece.

    E com base no que você disse, se fosse na rua teriam mais cuidado, mas na Internet parece que baixam as defesas. Afinal é tudo uma questão de bom senso.

    Um abraço amigo.

    ResponderEliminar
  5. Olá Joseph

    Interessante seu texto, concordei com algumas coisas e discordei de outras, permita que eu explique citando o meu próprio exemplo de uso na internet:Quando comecei a usar a internet, outras pessoas ficaram bem preocupadas, "mas não é perigoso?" "você viu o caso tal na internet?" diziam estas coisas para minha mãe e ela sempre respondia: "ela sabe disso, eu confio nela porque ela tem juízo" e minha mãe nunca se preocupou com o que eu fazia na net, ela só se preocupava com o tempo que eu passava lá. Sempre deixei muito claro pra ela o que eu fazia lá e volta e meia ela me questiona porque eu ficava tanto tempo.

    Sei que são seus amigos, mas é muito cômodo para os pais culpar a internet, as redes sociais, a imaturidade dos filhos do que realmente reconhecerem que também são responsáveis por vigiar o que acontece com seus filhos e saber o que eles fazem até para não ter surpresas como essas.

    Não podemos supor que uma pessoa vai saber agir certo na hora certa sempre, pois o certo pode ser muito relativo, uma mente desocupada como a da menina que engravidou pode passar tanta coisa, inclusive passar a ideia de que ela poderia ter sido feliz por alguns momentos,quem é que faz tudo na vida achando ou pensando que pode dar errado? acho que sempre esperamos que as coisas darão certo, será que cabe pegar ela pra cristo? temos que analisar todo o contexto da situação, não houve culpados nem vitimas aí, o que houve foi escolhas e suas consequências sejam elas boas ou ruins.

    Sei que muitas vezes cometemos o equívoco de culpar sempre alguém ou alguma coisa pois parece que achar um culpado ou um motivo para as coisas acontecerem tornam as coisas mais brandas ou mais fáceis de aceitar, mas não é bem assim que deveria ser, pois este ato acaba mascarando muita coisa que deveriamos ver e perceber neste momento.

    Quanto ao futuro, bem, cabe-nos buscar fazer hoje para que ele seja bom amanhã.

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  6. Olá Ana Karenina,

    Agradou-me muito ler o seu comentário, porque apresenta uma série de questões muito pertinentes e bastante inteligentes.

    O caso só fica complicado porque eles próprios já descobriram que erraram. Até já estão separados.

    Parece que vai ficar pior, pois ele ameaça, que lhe vai tirar a criança.Essa questão certamente vai acabar no tribunal.

    E tudo isso está acontecendo entre duas pessoas desempregadas e com poucas condições para educar o filho.Como seria se os pais da menina de 40 anos não estivessem a assumir as despesas da filha e do bebé?

    Tudo o que você disse faz sentido, mas tem que concordar também, que as pessoas às vezes complicam a própria vida quando ela já estava tão difícil.

    Mais uma vez lhe digo que gostei muito da sua visita e do seu comentário.

    Apareça sempre que puder!

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  7. Culpar as redes sociais, sejam elas quais forem é tapar o sol com a peneira, como dizem cá: mente vazia é oficina do diabo.
    Você saiu mesmo das redes sociais?
    Abraços

    ResponderEliminar
  8. Olá Gabriela,

    No meu texto não há nenhuma acusação às Redes Sociais.

    Há sim uma referência crítica a algumas pessoas que dão mau uso às Redes Sociais.

    A sua outra afirmação vou fazer de conta que não li, e nem sei quem você pretende atingir.

    Obrigado pela visita.

    ResponderEliminar
  9. Uma questão bem difícil de opinar, vc não falou da idade da moça mais acredito que somos responsáveis por nossos atos. Os pais devem e tem a obrigação amorosa de apoiar, mais sempre lembrando que a responsabilidade é da filha e não deles. Nesta caso o melhor seria resolver judicialmente o destino do filho antes que o rapaz o faça, garantindo pelo menos um futuro melhor ao lado dos avós maternos, acho eu a melhor opção. Bjsss e obrigada por suas visitas, voltarei em breve.

    ResponderEliminar
  10. Marcia Willians,

    O seu comentário é muito sensato e mostra que você organiza bem seus pensamentos. Estou totalmente de acordo com o que escreveu.

    A moça tem 40 anos.

    Agradeço a sua visita e o seu comentário.Volte sempre.

    Bjss.

    ResponderEliminar
  11. A blogosfera pede, quer, implora e aguarda ansiosa por mais posts nesse blog.
    Os leitores gritam em coro:
    Joseph, escreve mais! Escreve, queremos ler. Estamos sedentos por novos artigos!
    Coragem homem!!!!...rs

    ResponderEliminar
  12. Olá Vera,

    Que bom receber um comentário tão motivador!

    Eu realmente tenho escutado um vozear na entrada do blogue, mas não sabia de que se tratava.

    Então era isso,uma manifestação dos leitores reclamando contra a falta de artigos!

    Só tenho mesmo é que pedir desculpas a todos os que se manifestaram e escrever um artigo. Vou ver se neste fim de semana actualizo o blogue.

    Um abraço agradecido.

    ResponderEliminar