05/02/08

Duas festas de Carnaval.

Ontem recordei duas festas de carnaval, que me marcaram. Um delas foi na minha infância, o outro, eu já era adulto e casado. Não resisto a contar.
Tinha eu oito ou nove anos e o meu pai me levou a um baile infantil, na sede da Tuna Luso Comercial, em Belém do Pará - Brasil (onde nasci). A meio do baile, com o salão do 1º andar a abarrotar de crianças a saltar e a cantar, eu tive sede e o meu pai levou-me ao bar, que ficava no rés do chão, mesmo por baixo do salão de dança.
Quando entrei e vi o tecto de madeira, a balançar de cima para baixo e de baixo para cima, e os candelabros pareciam um pêndulo de relógio de parede, naquele movimento de um lado para outro, fiquei assustado. Já não queria voltar a subir: Papai, vamos embora que isto vai cair! Mas o meu pai lá me convenceu e acabei indo. E felizmente a festa continuou e eu acabei esquecendo o que tinha visto. Foi uma festa de Carnaval, muito alegre para mim! Aquele ambiente de atira confetis, serpentinas, e aquele odor a perfume(dos lança-perfume), ajudou muito.
Aos 30 anos, já casado, recordo pela negativa, uma noite de Carnaval em que eu com a minha mulher fomos a um hotel em Ofir (praia do Norte de Portugal). O salão de baile estava tão cheio
de gente, que era impossível dançar. Os encontrôes eram mais que muitos.
Bem tentamos várias vezes, mas era mesmo impossível. Resolvemos ficar sentados à mesa, mas a festa já estava estragada e pouco depois viemos embora, muito antes da hora prevista.
Duas festas, dois aborrecimentos, resolvidos de modo diferente. O da criança que resolve tirar partido da alegria que reinava. O modo do adulto que não conseguiu que a alegria da festa o fizesse esquecer que tinha pago para se divertir e afinal não encontrara condições para tal.
José Pereira

4 comentários:

  1. Olá José,

    Não sabia que era brasileiro, que bacana! Acho que escreves como os portugueses pelo tempo que está aí né?

    Eu nunca fui de participar de carnaval, nem quando pequeno. Mas, acho que me aborreceria como você na segunda história, pois muitas pessoas são inconvenientes - esbarrões são horríveis em qualquer lugar.

    Abraços.

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  2. Olá Iúri,
    Sim, nasci em Belém do Pará e vim para Portugal com 13 anos. Nunca mais voltei à minha terra, mas recordo com saudades a minha infância e os anos maravilhosos da adolescência que lá vivi.

    A minha escrita é português de Portugal, mas aqui dizem que tenho coisas na escrita que ainda fazem lembrar o português do Brasil.

    Sabe Iúri eu penso que agora a minha maneira de escrever está muito influênciada pelo hábito de fazer centenas de relatórios. Deformação profissional.rsrsrs

    Agradeço muito a sua visita.

    Um abraço.

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  3. Joseph, incrível como nossas opiniões mudam com a idade não é mesmo?
    E pq qdo adultos não podemos ficar do lado de fora do salão e nos divertirmos sem esbarrões?
    Ou ainda, brincar em volta da própria mesa e esquecer o resto?

    Abraços carnavalescos

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  4. Vera,

    Tem toda razão mas nem me lembrei, saí jurando que não voltava mais ali,e não voltei mesmo.

    Abraços.

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