23/12/10

Poesia de Natal

Nesta época mágica do Natal as pessoas as cidades e a Natureza se transformam. Umas sentem que é tempo de serem mais tolerantes e solidárias, as cidades se tornam mais bonitas, com iluminação condizente, a natureza cumpre o calendário,que aqui é Inverno, e a neve cai nas cidades, vilas e aldeias.

E eu tive vontade de transcrever dois poemas dos nossos poetas, um deles, de Natal e outro que não sendo, é de uma beleza única.

A Noite de Natal

Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.

Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.

Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.

- Deu-lhes sim, muitos bonitos.
- Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.

Mário de Sá-Carneiro (1890 - 1916).

Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza,
e cai no meu coração.

Augusto Gil (1873 - 1929)


Desejo a todos, um Feliz Natal e um Ano Novo com tudo de bom.

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12/07/10

BLOQUEIO CRIATIVO CRÓNICO.

Parece ser este é o meu estado permanente, como se pode ver pelo tempo que demoro a publicar qualquer novo artigo. A minha opinião é que para se escrever um texto,as duas condições necessárias são: Ter uma ideia que eu considere minimamente razoável, e ter vontade de escrever.

Fácil não é? Eu acho que não. A ideia razoável de ontem à noite, hoje já não tem graça nenhuma e a vontade de escrever que ontem não apareceu, essa continua ausente, hoje.

Por estranho que pareça, quando uma delas aparece, a outra teima em estar ausente. É um problema, não é?

Até tenho lido alguns artigos que muitos blogueiros escrevem ensinando a resolver os bloqueios e escrever textos de qualidade. Pois é, mas comigo nem sempre dá, eu explico porquê.

Quando me surge uma ideia, e a vontade de escrever não está por perto, eu tomo nota da ideia (como ensinam os que sabem muito destas coisas) e fico esperando pela vontade de escrever. Às vezes demora quinze dias,um mês, outras vezes mais tempo.

Não aconselho a ninguém o uso deste meu método, porque deixar o blogue sem actualizações é muito prejudicial. Eu próprio sei que é mau sistema, mas no meu caso particular, como tenho uma outra ocupação principal que é muito exigente, e da qual eu vivo, acho que estou desculpado.

Digamos que com este texto pretendo, mostrar o que não se deve fazer.

Lembro-me que uma das ocasiões em que o desejo de escrever apareceu, foi de noite (muitas vezes me acontece isto), de mansinho lá veio ele e zás… colou em mim. O efeito foi imediato, isto é, instantaneamente eu senti um furioso desejo de teclar. Como não ficar feliz, se a ideia já cá estava esperando há oito dias pela vontade de escrever!

Levantei-me da cama, (porque o danado apanhou-me na horizontal, lendo um livro), e a minha mulher, com aquele sono leve que as mulheres têm, acordou e perguntou se estava tudo bem comigo, disse que sim, e esclareci que ia escrever umas coisas no computador.

Não sei porquê, mas ela achou estranho que às 2 horas da madrugada eu fosse escrever no computador! Então ela disparou uma daquelas frases assassinas que esvazia o ego de qualquer potencial escritor: “Tem- juízo- e- vem- mas- é- deitar-te- que- amanhã- é- dia- de- trabalho!” . Para quê entrar em explicações quando a nossa interlocutora está meio adormecida? Fiz-lhe a vontade e deitei-me!

Voltei a abrir o livro que estava a ler, mas ainda sentia uns restos de adrenalina e procurei nas gavetas da mesa de cabeceira o caderninho e a caneta que deviam lá estar, mas não estavam. Nunca aparecem quando são precisos!

Já não consegui retomar a leitura, e deitado, fiquei a olhar para o tecto, imaginando o belíssimo texto que poderia ter escrito se não tivesse corrido tudo mal; E acabei adormecendo. No dia seguinte, tive um dia cheio que nem um ovo e já nem me lembrei escrever.

Em condições normais, quando os elementos necessários (a ideia e a vontade de escrever),estão presentes , eu faço um texto com base numa das ideias que antes anotara. E segundo aprendi com quem sabe (e são muitos), não publico e deixo para fazer uma leitura no dia seguinte, que acaba ficando para uma semana depois.

Quando leio o que escrevi na semana anterior, quase nunca gosto do texto, então faço algumas modificações e fica em banho-maria mais uns dias, até que eu volte a ler e decida, se vou ou não publicar. Se os meus leitores soubessem quantos textos já eliminei! Não me diga que também devia ter eliminado este? É que estou num daqueles dias de tolerância máxima comigo mesmo, além disso estou pressionado pelo “tenho que publicar hoje”!

Estes são alguns motivos que fazem com que eu publique tão pouco. Mas ainda não desisti porque tenho fundadas esperanças de, como alguns colegas blogueiros, vir a escrever três artigos por dia.

Até à próxima

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07/06/10

Redes Sociais: Use-as Com Bom-Senso!

Frequento muito pouco as Redes Sociais, não porque tenha alguma razão especial para as evitar, mas apenas por uma questão de temperamento e também como o meu tempo disponível não é muito,prefiro usá-lo na leitura de blogues que eu aprecio.

Mas não foi propriamente para falar das minhas preferências na Internet que eu estou escrevendo. É para contar um caso verídico que começou, isso mesmo, numa das mais populares Redes Sociais.

Num sábado do mês de Maio, almoçámos, eu e a minha mulher, com um casal amigo que já não víamos há dois anos. Chegados ao restaurante e depois daquelas expressões de quem não se vê há muito tempo, encomendamos as refeições,então eles entraram directamente no assunto: "Se soubessem o que nos aconteceu!" E não nos dando tempo para perguntar: O que foi? O meu amigo começou logo a contar.

Quando a filha ficou desempregada, passava parte do tempo no computador. Eles pensavam que ela pesquisava empregos, mas se era o que procurava, não encontrou, porque ainda está sem trabalho.

O que a menina fazia na Internet tiveram os pais a revelação, quando tempos depois, estando eles nos últimos dias de uma semana em Londres, receberam um telefonema da filha que lhes deu a notícia de que estava grávida. Os pais ficaram siderados, eles nem sabiam que ela namorava!Como foi isso possível? Mas a filha não quis explicar pelo telefone.

Só no regresso, dois dias depois, é que ficaram sabendo que ela "conhecera" um rapaz numa Rede Social e após três semanas de conversas marcaram um encontro cujo resultado
foi a gravidez. O meu amigo zangou-se, a mulher dele nem acreditava que a filha tivesse esquecido tudo o que sabia sobre métodos anticoncepcionais. A menina não tinha esquecido, mas garantiu que o preservativo rasgou-se. E a pílula do dia seguinte? O pai, sarcástico, terá dito que "no dia seguinte eles devem ter estado a consolidar o trabalho da véspera!"

Ele acha que não devia ter dito aquilo, mas estava fora de si.E terá acrescentado tudo o que lhe veio à cabeça, mas só recorda de disparar uma frase que leu na Internet: "homem burro mais mulher burra, igual a gravidez". Antes que ele se lembrasse de tudo o que chamou à filha eu perguntei: E que tal o namorado,vocês aprovaram a escolha da vossa filha?

O homem estava alterado.Antes quero dizer-vos que o bebé já nasceu, é um rapazinho que representa a única nota positiva resultante da aventura em que a filha se meteu.

Quanto ao sedutor (o termo é do meu amigo), eles quiseram conhecê-lo, e ainda na fase da gravidez, o convidaram para ir à casa deles. Ficaram decepcionados. O rapaz nem tem instrução nem cultura,nem maturidade e é mais novo do que a namorada onze anos, e agora deixou o emprego para vir arranjar outro na mesma cidade onde moram os meus amigos.

Mesmo contrariados,pensaram que seria melhor os desempregados ficarem a viver com eles enquanto não arranjassem trabalho. Mas dois meses depois tiveram que o "convidar" abandonar a casa, porque as discussões entre os namorados eram diárias.

Actualmente estão separados. A moça vive na casa dos pais com o bebé, e o rapaz vai ver o filho sempre que deseja. No entanto as discussões continuam, e ele ameaça tirar-lhe o filho.

Ela deve estar bem arrependida de se ter metido neste sarilho e provavelmente ele também, afinal eles são um bom exemplo do mau uso que alguns dão às Redes Sociais.

E agora o que lhes irá reservar o futuro? Um inocente bebé com pais desempregados, que vão acabar se odiando e os avós que adoram a criança, todos estão em sofrimento.

O tempo costuma resolver muitos problemas, mas este, será que resolve? É um caso que tem todos os ingredientes para acabar mal. E você como resolveria?

Até à próxima.

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20/05/10

Palavras Bonitas? Conheça Quem As Diz!


Quando eu era criança, numa época em que morei durante um ano em casa de uns tios, havia um rapaz que namorava com a minha prima (filha dos donos da casa), ele tinha uma maneira de falar que despertava a minha admiração. Salpicava a conversa com alguns advérbios de modo, daqueles que acabam em "mente" como por exemplo: extremamente, efectivamente, provavelmente, entre outros.

Aquilo para os meus ouvidos era música celestial, porque eu gostava de ouvir aquelas palavras, e quando ele chegava eu aproximava-me dos namorados (muitas vezes enxotavam-me), mas arranjava maneira de ficar por perto, fingindo brincar, só para ouvi-lo falar. Não conhecia ninguém que se expressasse com tamanha elegância de vocabulário. O meu desejo era falar assim, quando crescesse.

Depois o tal rapaz casou com a minha prima, foram viver para outra cidade, eu já vivia com os meus pais e passaram anos sem que os voltasse a ver. Até que um dia o meu pai, anunciou que íamos ter novos vizinhos, que eram, nem mais nem menos, os meus primos.

Eu já com 14 anos adorei a notícia, porque ia novamente conviver com a minha querida prima e com aquele primo que falava tão bem. Ia ser mesmo bom!

Mas foi uma grande desilusão. Não a minha prima, que essa continuava bonita e alegre como dantes, mas ele, já não me entusiasmou. Continuava usando e abusando daquela mesmíssima linguagem dos efectivamente e dos extremamente, mas não passava disso.

Não demorou nada para que eu me apercebesse da pobreza da conversa. Além disso, era uma pessoa muito pouco informada, porque não tinha interesse por quase nada.

Lembro-me quando uma vez os dois filhos deles estavam vendo desenhos animados na TV e ele disse: “Não sei que graça é que vocês acham a isso!” Não era pessoa capaz de ler um livro, de ver um filme, só lia uma página dos jornais: a da Necrologia, que eu achava estranho, pois ele ainda não conhecia ninguém naquela cidade! Era engraçado porque ele começava pela última página, parava na Necrologia e lia tudo. Depois fechava o jornal e pronto, estava concluída a leitura.

Veio tudo isto a propósito de uma discussão amigável que tive ontem sobre o poder das palavras. Falámos sobre o que elas são capazes: de enganar, de magoar, de seduzir, de acariciar, de convencer, de conter vários significados, de estar na moda, de desaparecer durante muito tempo, para renascer já com pequenas modificações, mostrando que ainda estão vivas.

Reflectimos sobre as pessoas que conseguem dominar bem o uso das palavras, e como elas podem ter enorme poder e usá-lo como quiser, para o bem e para o mal. Mas depende da habilidade com que são usadas, porque tanto podem ajudar-nos como atraiçoar-nos.

Quando uma palavra fere sensibilidades, basta substituí-la por outra ou por duas ou três, que já é aceite sem melindre. Certamente se lembram da polémica sobre a legalização do aborto e da mudança para a expressão mais aceitável, interrupção voluntária da gravidez. Outra expressão é o suicídio medicamente assistido ou morte medicamente assistida quando antes só se falava de eutanásia.

Em algumas profissões, como a Publicidade, por exemplo , saber jogar com as palavras é fundamental, eles usam frases curtas que dizem tudo, ao contrário dos políticos em que as frases são grandes e não dizem nada.

Eu acho que as palavras só por si mesmas têm um potencial enorme, mas é muito útil conhecer de onde elas vêm e quem as pronuncia. Só assim é possível descodificá-las e decidir o que elas realmente valem.

Até à próxima.


Créditos da Foto:sergis blog
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03/05/10

Professor: Assim Não!

Todos tivemos um(a) professor(a) que jamais esquecemos porque nos marcou de forma positiva ou negativa, para o resto do curso, ou mesmo da vida. Eu só comecei a gostar de matemática, na Faculdade, e foi necessário rever algumas matérias (por minha iniciativa) nos livros do Liceu (Ginásio como se diz no Brasil), para obter as bases necessárias. Felizmente resultou . É que na Faculdade tive a sorte de ter um professor excepcional e com uma capacidade enorme de motivar os alunos.

Outro exemplo foi a minha paixão pela disciplina de Português, (principalmente Literatura), justamente porque tive um professor, que gostava do que ensinava e nos transmitiu esse gosto. Lembro-me de que ele organizava visitas às casas de escritores (clássicos da nossa literatura), para que pudéssemos sentir o ambiente em que eles viveram.

Embora o ambiente familiar tenha muita influência nas escolhas que um adolescente faz, sem dúvida que os professores podem aumentar ou aniquilar o interesse que o aluno pode ter por uma determinada área.

O meu pai dizia que passou a detestar a disciplina de Mineralogia porque teve um professor que nunca deveria ter seguido a carreira docente. Era um verdadeiro terror e parece que tinha um prazer sádico em manter essa fama. A história desta aversão pela Mineralogia foi ouvida em nossa casa tantas vezes, que ainda hoje sou capaz de a reproduzir.

Segundo nos contava o meu pai, o professor administrava aquela disciplina do seguinte modo: A entrada era às 8 horas da manhã, não havia qualquer tolerância. Quem chegasse depois dessa hora, um minuto que fosse, já não podia entrar na sala.

As aulas eram áridas e ele queria que os alunos decorassem a totalidade da matéria, que ele seguia escrupulosamente pelo livro de que era o autor.

Os testes de fim dos períodos eram conduzidos de forma inacreditável. Distribuía um papel com as perguntas e em seguida citava as regras, num tom monocórdico: Os senhores têm 20 minutos para fazer o teste, e quem concluir em 15 minutos ou menos, tem mais um ponto (valor), qualquer fraude ou tentativa de fraude é punida com a expulsão da sala e o teste do aluno é considerado nulo.

Colocava o relógio sobre a sua mesa e dizia: podem começar! O nervosismo a que a turma estava sujeita, já era muito, mas dizia o meu pai, que a partir do décimo minuto ficava insuportável. O tal professor começava a dizer em voz alta: para os 15 minutos faltam 5 minutos, faltam 4, faltam 3 faltam 2, falta 1,acabou! E os 5 minutos seguintes, eram ainda mais dramáticos, ele anunciava que faltavam 5 minutos para o fim do teste, e ia contando em escala decrescente os minutos que faltavam, até ao terminou! E rapidamente ia recolher os testes.

Não é difícil imaginar o estado de tensão que deve provocar, num teste de tão curta duração, o docente durante metade do tempo e de minuto em minuto, em voz alta, perturbar a turma com aquela lengalenga.
Na correcção dos testes, ele considerava errado tudo o que estivesse diferente do livro, e como a matéria só por si era difícil, ter que decorá-la era quase impossível.

Quando as notas eram afixadas no átrio a curiosidade era geral e não só dos alunos directamente interessados. Dizia o meu pai que os resultados eram sempre do tipo: oito alunos tinham nota zero, sete tinham nota 2, cinco com nota 3, três com nota 4 e um com nota 6. Este professor dava as aulas teóricas e a salvação estava nas aulas práticas cujo professor era a antítese do outro. Dava notas altas, normalmente entre 15 e 18, salvando alguns da reprovação. Convém aqui esclarecer que as notas em Portugal vão de zero a vinte.

Eu achei estranho que os testes só tivessem a duração de 20 minutos, mas o meu pai, na altura esclareceu que, o professor sabia que era o tempo suficiente para que um aluno suficientemente louco, com memória de elefante, e que tivesse decorado a matéria, concluísse o teste.

Todos os alunos que passaram por aquela disciplina sentiram-se revoltados com o sistema , mas nunca ninguém protestou. Até que em 1953, um aluno mais corajoso revoltou-se e em plena aula, defrontou o professor que esteve à beira de “cair redondo” ali mesmo.

Talvez seja oportuno esclarecer que naquela época os professores tinham tal autoridade, que os alunos se punham de pé em atitude de respeito, quando eles entravam. Era impensável confrontar um professor do modo que aquele aluno terá feito.

Contou-nos o meu pai, que o professor, na aula seguinte anunciou à turma que no exame final ele não iria corrigir a prova escrita desse aluno nem o interrogaria na prova oral. Tudo isso foi feito por outro docente. Tomou essa decisão para que ninguém pudesse acusá-lo de ter prejudicado o aluno revoltado.

O aluno passou de ano e nesses exames os examinadores (esse professor incluído) foram bastante benevolentes. Apesar de tudo eles reconheceram que o aluno tinha razão.

Actualmente é fácil protestar junto do professor quando os alunos entendem que estão sendo prejudicados, mas naquele tempo as coisas não eram assim.

Será que com o espírito de liberdade que predomina na época actual alguém suportava este professor?

Até à próxima.

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25/04/10

Quero Ser Preso!

A sala de espera de um Serviço de Urgência é um local onde tudo pode acontecer: Há os que fazem uma gritaria infernal, porque querem ir para junto do familiar doente ( só é permitido uma pessoa de cada vez), outros que numa calma aparente, andam quilómetros dentro da sala, de um lado para o outro e só param para descansar ou resolver alguns problemas básicos. Eu não me situo em nenhum destes grupos, faço pequenas digressões pelo local, para desentorpecer, e vou sentando aqui e acolá.

Mas o empolgante é que há uma grande variedade de comportamentos e alguns bem interessantes como este que presenciei:

Sentado quase ao meu lado estava um homem que me despertou curiosidade pela postura que mantinha como se quisesse ocupar pouco espaço, pernas apertadas uma contra a outra, dos joelhos aos pés, e os braços cruzados sobre o peito. Tudo isto revelava um estado de tensão. Além disso, fixava as pessoas que passavam como se esperasse alguém.

E esperava mesmo, porque quando chegou o Agente da autoridade policial, que trocou algumas palavras com o colega de turno este indicou o homem sentado, que prontamente se levantou e eu ouvi um diálogo invulgar:
- Então é o senhor que quer ser preso?
- Sou sim, senhor.
- Porquê quer ser preso? O senhor matou alguém? Fugiu de algum lado?
-Não, senhor.
-Então não posso prendê-lo!

Nesta altura tive vontade de ajudar o homem, dando-lhe algumas sugestões como, por exemplo, partir o vidro da janela mais próxima, e outras que me ocorreram com tal facilidade que eu próprio fiquei surpreendido com a minha criatividade nessa área. Mas é óbvio que preferi ficar calado.

Entretanto o homem já soltara a língua e justificava que queria ser preso porque “não gosto da comida que eles me dão”. Então eu percebi que ele vinha de um hospital psiquiátrico, e escapulira-se durante o recreio.

O Agente da Polícia sabia desde o princípio pois, provavelmente, tinha sido informado pelo colega. Essa foi a conclusão a que cheguei porque ele acabou a conversa dizendo que ia transportá-lo ao local de onde ele tinha vindo. Gostei da atitude.

E o homem cuja prioridade era uma alimentação de que gostasse, mesmo em troca da privação da sua liberdade, ficou tranquilamente à espera que o viessem buscar.Não conseguiu ser preso, mas encontrou alguém que lhe deu atenção e escutou o que ele tinha para dizer.E isso bastou, porque a sua postura corporal mudou radicalmente.

Até breve.

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20/04/10

Serviço de Urgência: Onze Horas à Espera!

No Domingo, eu tinha planeado ir a Aveiro, passar o dia com os meus familiares que lá vivem e regressar ao fim da tarde, porque precisava descontrair, depois de uma semana de muito trabalho.

Em vez disso passei onze horas e meia no Serviço de Urgência dum Hospital aqui do Porto. Diz o povo que “o Homem põe e Deus dispõe” e foi isso que sucedeu!

Eram cinco horas da manhã, quando uma das minhas filhas nos veio acordar, dizendo que a avó tinha caído pelas escadas a baixo. Convém aqui dizer, que a minha mãe sofre de doença de Alzheimer há vários anos, mas ainda possuí autonomia suficiente para tomar as refeições junto conosco e utilizar os sanitários,sem precisar de ajuda. Durante a noite era habitual, levantar-se e ir à casa de banho, depois voltava para a cama deitava-se e adormecia tranquilamente. Esta era a rotina.

Mas pelas 5 horas da manhã de domingo,tudo mudou. Provavelmente ao pretender utilizar a sanita, deve ter tido um momento de confusão e foi para o lado oposto, onde ficam as escadas( a porta dos sanitários está a 30 cm da porta do seu quarto, as escadas ficam a 3 metros de distância).

Apesar de fazer uso dos sanitários há 5 anos, sem qualquer problema, ontem deve ter feito uma tentativa de descer as escadas no escuro e caiu. Eu e a minha mulher dormíamos tão profundamente que nada ouvimos.

Chamamos o 112 e às 5,50 horas estávamos num Serviço de Urgência, Durante a primeira metade da manhã fez radiografias um TAC e análises de sangue e levou não sei quantos pontos numa ferida, na cabeça. Às dez o médico disse-nos que não havia fracturas de ossos e que agora precisava ser observada pelo neurologista.

Foi nesse preciso momento que entramos no “país do terceiro mundo”. Pacientemente esperámos mais 2 horas e reclamámos a demora. A justificação era que havia um problema com o sistema informático, mas penso que o verdadeira dificuldade era a ausência do neurologista.

Enquanto esse médico não apareceu, a minha mãe, que se queixava de dores intensas, não tomou qualquer analgésico, nem se alimentou porque poderia ter que fazer outros exames, se o neurologista assim entendesse.

No entanto, só cerca das 16,45 a doente foi observada pelo médico que lhe deu alta e só nessa ocasião ela pôde tomar analgésicos e comer algumas bolachas com chá. Saímos do Hospital às 17,30.

No fim do dia estávamos extremamente fatigados e a doente era quem se apresentava com melhor disposição devido ao efeito dos analgésicos.

Não acredito na história da avaria do sistema informático, e tenho dificuldade em perceber o motivo pelo qual a doente só foi observada pelo médico neurologista quase 11 horas depois de ter dado entrada. É assim que está o nosso Serviço Nacional de Saúde.

Há uns meses atrás vi uma notícia que dava conta de que (estou a citar de memória) o Sábado e o Domingo são os dias em que há mais falecimentos nos Serviços de Urgência e tal seria causado pelo facto de haver menos médicos nesses dias. Serão poucos, mas se dos poucos que estiverem escalados, eventualmente, um ou outro possa não estar de “corpo presente”, ainda passam a ser menos.

O caso da minha mãe, felizmente não era de morte, mas estar onze horas e trinta minutos num hospital à espera de um sistema informático que funcione ou de um neurologista que apareça para avaliar se o estado da doente era ou não grave, francamente, é surrealista.

Enquanto esperava, lembrei-me do artigo que o Yúri escreveu no seu Simples Assim,
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Bem, como agora o pior deve ter passado, o melhor será nunca mais precisar dos Serviços de Urgência, e nos fins de semana então nem pensar!

Alguém já precisou dum Serviço de Urgência? Se precisou conte-nos a sua experiência.

Até breve.



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03/04/10

O Chico Esperto

Quem já não tropeçou, ao longo da vida, num Chico Esperto? Essa figura aparece em toda a parte: Na Faculdade, na Fila de espera, na Empresa, em qualquer lugar, lá está o sujeito procurando tirar vantagens das mais diversas situações.

NA FACULDADE

É aquele aluno simpático e bem-humorado,que não tem amizade por ninguém mas que se dá bem com todos. Estudar as matérias não é com ele. Prefere copiar, e o seu objectivo desde os primeiros dias de aulas é descobrir um colega bom aluno, que esteja disposto a deixá-lo copiar nos dias dos testes.

E no dia da prova, ele vai estar no lugar mais próximo da "vítima" para poder copiar.O problema é quando aparece um outro Chico Esperto: Uma vez toda a turma presenciou uma disputa por causa do melhor lugar, com ameaças de "lá fora a gente conversa".

NA FILA DE ESPERA

Ele ultrapassa toda a gente e chega junto ao que está na cabeça da fila e diz que só quer fazer uma perguntinha rápida no balcão. Quando sai, ouve alguns protestos dos que esperam na fila, mas ele é descarado e o que lhe interessa é que já resolveu o seu problema.

NA EMPRESA

Aqui é mais grave e às vezes prejudica os colegas de trabalho. O seu objectivo é atingir na hierarquia, o posto mais elevado que lhe for possível. Quem pretender subir de posto pelo mérito, que se cuide porque os métodos do Chico Esperto são modernos e actualmente, mais apreciados. Ele sabe usar a lisonja como ninguém e é hábil a descobrir com quem funciona.

O Chico Esperto geralmente não é trabalhador nem competente, mas tem outras características que causam muito efeito. Fala bem e esbanja simpatia e está sempre disponível para um coffee break ou almoços onde ele possa saber novidades e, em dia de sorte, "apanhar" qualquer notícia importante.

Depois de descobrir alguma coisa que lhe interessa, é rápido a actuar e usa da maior discrição. Nesta fase é um especialista em não dar nas vistas.

Ele é cativante com as pessoas que lhe possam ser úteis e para o conseguir utiliza qualquer meio. Como "trabalha" bastante nestas campanhas de descobertas e conquistas, acaba por quase nunca estar onde devia estar, ou seja, no seu lugar de trabalho.

Mas isso é um detalhe que ele resolve com facilidade: aquele que eu conheci, trazia de vez em quando,uns croissants e outros produtos de confeitaria, que oferecia às pessoas que trabalhavam com ele. Desse modo, sempre que alguém perguntava por ele, recebia invariavelmente uma boa explicação para a sua ausência.

E assim vai fazendo dos outros, seus cúmplices, sem que estes se apercebam. Esta maneira de ser também lhe traz dissabores que ele ultrapassa, mostrando-se muito ofendido, negando, falando da transparência que usa,e arruma o assunto dizendo que tudo o que faz é no interesse da empresa.

Eu conheci um Chico Esperto (como lhe chamavam), lá na Empresa onde trabalhei em início de carreira. Nunca me prejudicou porque pertencíamos a secções diferentes, e até nos dávamos bem e algumas vezes rimos das maneiras dele.

Pois esse rapaz, três anos mais tarde, já ocupava um importante lugar na hierarquia do grupo a que a empresa pertencia. Dizem que foi uma nomeação por confiança política, mas a curiosidade é que ninguém lhe conhecia qualquer preferência partidária.Nunca vi aquela alma discutir política.

Inclino-me mais para a "teoria" de que o Chico Esperto, não é amigo de ninguém, e só abrirá uma excepção para quem lhe der algo de importante em troca. E parafraseando o poeta:"esse amor será eterno enquanto durar".

Você já conheceu alguém com estas características ?

Até à próxima

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08/03/10

Dia Internacional da Mulher

Mais um Dia Internacional da Mulher. Eu no lugar das senhoras não gostaria que este dia lhes fosse dedicado (nem este nem outro qualquer), porque faz passar a ideia de que os restantes 364 dias são dos homens!

Já sei que esta moda de atribuir dias por tudo e por nada é apenas uma questão de Marketing. É preciso criar eventos que aumentem as vendas. Mas sinceramente não gosto, e até, como neste caso, acho humilhante.

Será que neste dia os homens são mais atenciosos com as suas companheiras e com as mulheres em geral? Talvez, não sei. Quanto a mim, mantenho a mesma postura dos outros dias. Isto é, sou sempre amável com o sexo oposto, e nem outra coisa seria de esperar de uma pessoa civilizada.

Outra coisa é constatar que existem ainda muitos preconceitos que dificultam a vida, ao sexo feminino, principalmente no aspecto profissional. Na faculdade elas são melhores do que nós os homens. Mas quando acabam os estudos existe o tal "tecto de vidro" que não as deixa subir. As que conseguem, ganham menos que os seus colegas masculinos. Mesmo as que não sobem ganham menos.

Mas a culpa será só da sociedade masculinizada? Leiam esta história passada comigo.

Na área da Engenharia Civil, uma das actividades que exerço,é a de avaliação de prédios, o que me leva muitas vezes a deslocar-me a várias cidades e outras pequenas povoações, para ver moradias e apartamentos. Quando não conheço os locais preciso de instruções para conseguir lá chegar.

Daí que seja sempre necessário uma ligação telefónica para marcar o dia, a hora e pedir que nos indiquem algumas referências que facilitem a descoberta do prédio a avaliar.É que chega a ser bastante difícil, quando se trata de casas à beira de estradas, ou em pequenos aglomerados populacionais.

Um dia, telefonei,fui atendido pela proprietária, e depois de marcar o dia e a hora
em que iria, seguiu-se o pedido de umas dicas para lá chegar. A senhora, amavelmente me indicou o caminho enquanto eu tomava notas para não esquecer.

Aconteceu que uma hora depois, eu voltei a telefonar para mudar o horário (tinha havido uma desistência de um outro cliente)e voltei a ser atendido pela proprietária, que me disse isto: Ainda bem que telefona, é que as indicações que lhe dei estão erradas. Desculpe, sabe ... eu sou mulher. Vou passar ao meu marido que ele é que sabe.

Eu bem tentei: disse-lhe que me explicasse melhor o caminho eu iria lá chegar, mas ela achou mais simples chamar o marido que ele explicaria melhor.

Como é possível que em pleno séc. XXI, ainda haja alguém que pense que ser mulher lhe confere uma capacidade menor do que a do companheiro. Talvez tenha sido ele que a convenceu disso. Mas isto é apenas um caso que não permite generalizar.

Nestas minhas andanças, nunca notei qualquer superioridade dos homens. O que aprendi foi que os eles indicam o caminho de uma maneira e as mulheres têm outro estilo, que até me parece mais interessante.

Por exemplo: Um homem dirá,siga pela estrada tal, ande 3 km, vire na primeira à direita, ande cerca de 1 km e é aí.Se tiver dúvidas basta perguntar qual é a casa do José Mateus, que todos me conhecem.

Já uma mulher dirá: Siga pela estrada que tem árvores dos 2 lados, vai encontrar do lado direito uma casa branca que tem um jardim na frente com uma árvore enorme, passando essa casa encontra uma cruz de pedra na beira da estrada, volta à direita e segue em frente. Quando vir uma casa branca com um grande portão verde, a nossa casa é logo a seguir.

É evidente que não há inferioridade intelectual com base no sexo. Há sim é muito preconceito que precisa de ser banido quanto antes.

Além disso já não estamos no séc. XVII, em que a sociedade (dominada pelos homens e aceite pela maioria das mulheres)dizia que "a mulher só precisava saber ler para compreender o marido". Muito caminho já se percorreu mas ainda falta bastante, que deve ser ultrapassado a correr.

Não acham?

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20/01/10

Criatividade Sim Mas Com Limites!

Neste tempo em que as pessoas se esforçam por retomar hábitos de poupança, procurando gastar o menos possível, eu lembrei-me do Mário Jorge, que já não vejo há uns quinze anos.

Nessa altura ele ja teria 40 anos e era conhecido entre os amigos por ser um especialista na arte de poupar. Mas o que o fez ganhar essa fama não foi propriamente ele gostar de fazer economias, mas sim os métodos que utilizava.

Ficaram célebres algumas atitudes que ele tomava, porque tinham sempre a mesma característica: Tirar o melhor proveito possível da situação.

Ficaram registadas na memória de quantos conviveram com ele, algumas anedotas a propósito da sua maneira de se aproveitar das situações.

Lembro-me (porque isto virou anedota), de quando ele quis ajudar o Germano que andava muito deprimido. Comprou um livro de Auto-Ajuda para supostamente oferecer ao rapaz em crise. Escreveu no livro uma simpática dedicatória, onde exortava o doente a conviver com os amigos e garantia que aquele livro iria ajudá-lo.Terminava a dedicatória com uma frase do tipo:Deseja-te rápidas melhoras, o amigo atento, Mário Jorge.

De posse do livro,telefonou ao "felizardo" e convenceu-o (com dificuldade)a sair de casa e ir tomar um copo com ele, que só lhe faria bem espairecer.

No Café onde se encontraram, mandou servir um lanche para cada um, e conversaram sobre os males que andavam a afligir o amigo.

Dias depois, o Germano contava-me que o Mário lhe entregou o livro, ele leu a dedicatória, e quando ia agradecer, o Mário Jorge disse-lhe: Não me agradeças, porque quem vai pagar o livro és tu,é que eu não estou nadando em dinheiro. E se quiseres ser simpático com quem te quer ajudar, paga também os lanches. Depois conta-me se gostaste do livro.

O Germano ficou tão indignado com esta cena, que nunca chegou a ler o livro.

Conta-se também que quando ele mudou de casa, convidou alguns casais amigos para a inauguração da sua nova morada. Pediu-lhes que fossem ter ao antigo apartamento dele e depois seguiriam todos juntos para a casa a inaugurar.

Estaria tudo bem se ele, sem qualquer aviso prévio, não tivesse enchido os automóveis dos convidados com o que faltava transportar para concluir a mudança.

Mas até seria tolerável se ele e a sua mulher não tivessem posto os amigos, a arrumar nos lugares definitivos tudo (ou quase tudo) o que já havia sido transportado.

Só depois teve lugar a inauguração. Uns artigos de confeitaria servidos em pratos de papel e as bebidas em copos de plástico. A inauguração acabou de madrugada, e os convidados deixaram a casa impecavelmente arrumada.

Parece que era um hábito dele quando dava uma festa,os convidados eram “estimulados” a deixar a casa toda arrumadinha.Portanto a maioria já habituada.

Eu nunca fiz parte do círculo de amigos do Mário Jorge, daí que nunca tenha participado nessas iniciativas. Mas conheci alguns dos que participaram naquela “criativa” inauguração.

Ele não era elogiado pelo modo muito próprio de utilizar a seu favor o “voluntariado” de quem apanhava a jeito. Mas havia unanimidade quando se falava da enorme imaginação do Mário Jorge.

Eu não simpatizava com aquela maneira de “ajudar” os outros, ou de “obrigar” os amigos a ajudá-lo. Mas se calhar ele é que tinha razão: os amigos são para as ocasiões.Não é assim?

Até à próxima

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25/11/09

Boa Educação: Precisa-se!



Aquele banco onde a menina pousou o pé era mesmo onde eu ia me sentar.É que eu também gosto de ir à janela, mas como o pezinho deve ser mais importante que uma pessoa,e como havia mais assentos disponíveis, ela achou que eu devia procurar outro lugar.

Não fiquei aborrecido, já estou habituado a ver esta falta de educação, nos autocarros. Não sou um utilizador diário deste meio de transporte, mas por estranha coincidência, quase sempre que os utilizo, vejo coisas destas e outras ainda piores.

A garota era uma adolescente, e na adolescência já é habitual saber como viver em sociedade. Nessa idade já se aprendeu a ter "boas maneiras". Mas aquela menina não sabe ainda o que é isso.

Os pais provavelmente também não sabem e portanto nunca devem ter-lhe ensinado essa coisa tão insignificante que é: não-pôr-os-pés-em-cima-das-cadeiras.

Mas não são só estes jovens que ainda estão crescendo que se comportam desta maneira, é muito frequente ver adultos sentarem e colocarem o pé no banco da frente, nos autocarros,com a maior descontracção, demonstrando uma falta de civismo confrangedora.

Felizmente, eles representam uma minoria, mas chegam e sobram para incomodar os que têm educação.

Ainda outro dia, viajei num autocarro e assisti a uma cena semelhante, mas com a agravante de um rapaz ocupar com o pé o único lugar vago, e havia pessoas de pé. Trazia enfiado nos ouvidos uns auriculares e olhava para o exterior, com um estranho olhar fixo, de quem está vendo algo de transcendente.

Mas a realidade é que ele nem via nem ouvia o que se passava à sua volta.Digo isto porque ele não viu nem ouviu, uma senhora que acabara de entrar, pedir licença para sentar. Só quando ela lhe tocou na perna,o rapaz olhou e tirou o pé. Mas a senhora antes de sentar, limpou com um lenço o local onde estivera o sapato.

Sem dizer uma palavra a senhora deu uma lição ao rapaz, mas duvido que ele tenha tirado algum proveito.

Até à próxima.

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22/11/09

Dormir Em Baixo Da Ponte

Dormir em baixo da ponte não é com certeza uma ideia que ocorra à grande maioria das pessoas. Menos ainda fazer vida de "sem abrigo", nem que seja por um curto período de tempo.

Não me custa acreditar que mesmo aquela minoria que adora situações radicais, como por exemplo, saltar de cima de uma ponte para o espaço, preso apenas por um elástico,tenham alguma vez pensado em dormir em baixo da ponte.

Não é que seja mais difícil ou perigoso.O que acontece é que quem nos tira a cama como lugar para dormir um bom sono, tira-nos tudo. E noutra perspectiva, é sempre sinónimo de graves problemas económicos, que ninguém gosta de dar a conhecer aos outros.

Mas agora tudo se transformará, porque uma das atracções para aqueles já viram de tudo, é o "produto" que está a ser comercializado por uma empresa com sede na Holanda. Agora, viver em baixo da ponte, está ao alcance de todos.Diz a notícia que não é barato, mas que deve ser uma experiência inesquecível, acredito que sim.

Já pensou na sensação de ser um "sem abrigo" nas ruas de Paris, dormindo sob as pontes do rio Sena?

Para garantir a segurança dos seus clientes a empresa distribui um cartão. Confesso que, ainda não cheguei a entender(talvez por falta de pormenores), a segurança que esse cartão oferece a quem, subitamente é vítima de um assalto.

A vida de um "sem abrigo" não deve ser nada fácil, e esconde dramas que ninguém gostaria de os viver. À primeira vista a ideia da empresa da Holanda,até pode parecer ofensiva à desgraça deles.

No entanto, prefiro pensar que será positivo que muitos, com posses para pagar uma experiência destas, vejam como vive um "sem abrigo" e possam, depois de experimentar,contribuir para que cada vez haja menos pessoas a dormir sob as pontes.

Temos no entanto de concordar, que criatividade não falta à Empresa. É verdadeiramente uma inovação no Turismo de Aventura. Estou com curiosidade de saber qual o sucesso deste programa de férias.

Se algum dos leitores, apreciador de aventura, lá for,conte-nos como foi e tenha a gentileza de enviar umas fotos.E que escreva também a sua impressão sobre tão rara experiência. Este blogue estará ao seu dispor.

Até à próxima.

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17/11/09

A Publicidade Na Internet

Quem tem por hábito "navegar" na Internet já reparou certamente, que as empresas utilizam cada vez mais este meio para fazer publicidade dos seus produtos e serviços.

É que a publicidade é direccionada para os que procuram algo em que estão interessados, e além de ser mais económica,as empresas sabem que acertam muito mais facilmente no seu público alvo.

Nos outros meios de comunicação, os anúncios são colocados diante dos nossos olhos, quer estejamos ou não interessados,muitas vezes são até impertinentes, porque nos são impostos.

Quem já não fez "zapping" nos intervalos de um filme, na televisão, para fugir da publicidade que não interessa?

Na Internet, se estamos interessados em algum produto, basta-nos fazer uma pesquisa, para aparecer milhares de informações. Aqui procuramos o que nos interessa. Por exemplo: Experimente pesquisar no Google, pela expressão Telemóveis Baratos, verá que tem à sua disposição cerca de 344.000 resultados.

Portanto não fiquei nada surpreendido ao ler os dados do Internet Advertising Bureau, que mostram que a publicidade está assim distribuída:
  • Internet 23,5%
  • Televisão 21,9%
  • Publicações Impressas 18,5%
  • Rádio 14,6%
  • Correio Directo 11,5%
  • Restantes meios 10,0%
Estes resultados referem-se ao Reino Unido, mas é incontornável que esta tendência está a alastrar pelo mundo.
Até à próxima.

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07/11/09

Julie Andrews: Voltará a Cantar?

Quem não se recorda do filme "The Sound of Music" que em Portugal passou com o título Música no Coração e no Brasil passou como A Noviça Rebelde? Então também não se esqueceram de Julie Andrews,que na figura de Maria von Trapp, interpretava belas e inesquecíveis canções.


Julie Andrews em 1987 viu-se impossibilitada de usar a sua extraordinária voz, quando teve que ser submetida a uma cirurgia para remoção de nódulos nas cordas vocais. Hoje, com setenta e quatro anos a actriz-cantora tem justificadas esperanças de voltar a cantar.


No Massachusetts Institute of Technology está a ser aperfeiçoado um produto, em forma de gel que pode criar cordas vocais artificiais para ela.


A notícia menos boa, é que o referido produto ainda não foi testado em humanos, o que só acontecerá em 2011.


Se tudo correr bem,na melhor das hipóteses Julie Andrews, quando puder cantar, terá setenta e seis anos de idade.


Faço votos que a cantora regresse em boa forma e que a sua voz reapareça a fazer lembrar os seus bons tempos.


Se esse produto for eficaz será uma bela notícia para todos o que têm o mesmo problema. Os progressos da medicina, fazem-nos esperar o melhor.




Até à próxima.




Este vídeo dá para ter uma ideia da actriz e cantora Julie Andrews




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19/10/09

Vinícius e Solnado

VINÍCIUS DE MORAIS

Se fosse vivo, hoje completaria 96 anos de idade, porque nasceu em 19 de Outubro de 1913, mas o destino quis que ele nos deixasse no dia 9 de Julho de 1980.

Que maravilhoso Poeta que ele foi, mas tem mais:Formou-se em Direito, foi diplomata, nos Estados Unidos, na França e no Uruguai. Foi Jornalista e Compositor. Foi importantíssimo no movimento que em 1958 marcou o início da Bossa Nova.

RAUL SOLNADO

Completava hoje 80 anos porque nasceu em 19 de Outubro de 1929, mas deixou-nos a 8 de Agosto deste ano de 2009. Foi um dos maiores humoristas português. Trabalhou em Teatro, em Cinema e em Televisão.

Tem "sketchs" inesquecíveis, como A Guerra de 1908, que interpretou na revista Bate o Pé (1961), e outros como: A História da Minha Vida, Chamada para Washington, O Bombeiro Voluntário, A História do Meu Suicídio, Cabeleireiro de Senhoras e a Ida ao Médico.

Sobre estes dois geniais artistas, que se distinguiram em géneros diferentes, e que foram dos maiores nos seus países,e também internacionalmente,muito mais haveria que contar, mas aqui só queria homenageá-los e chamar a atenção para a coincidência, de ambos terem nascido no dia 19 de Outubro.
Para os recordar vejam estes vídeos.

TARDE EM ITAPOÃ


A GUERRA DE 1908

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27/09/09

Condomínio Como Este,Não!

O Nuno foi dos últimos a ir viver para aquele Condomínio que tinha todas as condições para ele a mulher e a filha, viverem tranquilamente. Situado em frente ao mar, construção nova e de boa qualidade. A tipologia das habitações, quase todas T4, pelo seu elevado preço, seleccionava os compradores. Tudo agradou à família.

O vendedor até lhe tinha oferecido a lista dos moradores do prédio. Ele reparou que, com excepção de dois empresários, os restantes eram possuidores de títulos académicos, facto que não sendo fundamental,pelo menos deixava a ideia de se tratar de pessoas com educação.

COMEÇAM OS PROBLEMAS

O primeiro sinal de que a realidade não era bem a que o Nuno esperava, foi dado pela vizinha do lado, que utilizava a rádio e a televisão com o som tão elevado que incomodava seriamente a família.

Ele aguentou uns dias, mas como o barulho era diário, resolveu falar com os vizinhos. Tocou à campainha, e quando tentava explicar à senhora o incómodo que o barulho estava a causar, esta interrompeu dizendo que a TV estava num som perfeitamente normal. Informou-o de que se ele quisesse mais algum esclarecimento, devia ir ao escritório do marido, onde seria atendido. Esta foi a primeira guerra que o Nuno “comprou”. Nunca mais falou com esses vizinhos.

Outra situação que desgostou o meu amigo, foi que depois de ter sido aprovado em reunião de condóminos, que só seria permitido o transporte de animais, em um dos dois elevadores(e ficara definido qual o elevador para esse fim), um dos moradores  transportava, em qualquer dos elevadores o seu enorme cachorro.

 

Claro que o Nuno, quando teve oportunidade, acabou por perguntar ao senhor se o outro elevador onde se transporta os animais estava com avaria. O senhor não gostou e respondeu: Porquê a pergunta, o senhor conserta elevadores? Obviamente que discutiram. Foi a segunda guerra que o Nuno “comprou”. Nunca mais falaram um com o outro.

 

OS PROBLEMAS CONTINUAM

O prédio ainda não tinha quinze meses de uso, quando nas paredes de um elevador apareceu esta frase:”Amo-te. Agora descobre quem eu sou e quem és tu”. Tinha sido escrita com um canivete, muito vincada, e estragou o revestimento da parede.

Por esta altura, houve uma reunião de condóminos em que o Nuno verificou que várias pessoas tinham problemas entre si. Ele também entrou na discussão quando alguém falou do barulho que alguns moradores faziam. Foi uma reunião muito desagradável.

Ainda há outro problema: o vizinho do lugar de aparcamento estaciona a viatura de forma desleixada, às vezes dificultando a manobra do Nuno.

Tudo piorou quando algum tempo depois, um condómino construiu uma marquise na varanda da fachada principal, sem pedir a necessária autorização. Já tiveram duas reuniões até de madrugada, com discussões e insultos. Vai ser apresentada uma queixa, na Câmara.

Diz o meu amigo que é incrível como no mesmo prédio o acaso juntou indivíduos com boa posição social, mas de tal modo arrogantes, que não admitem qualquer espécie de limitações aos seus actos, e  não têm a menor consideração pelos outros.

Ele está bastante aborrecido com o ambiente que se vive naquele prédio. Diz que é um sacrifício ter que se cruzar todos os dias com aquelas pessoas.

CONCLUSÂO

Conheço alguns casos como o do meu amigo, porque visito muitos prédios quando faço Avaliações. As pessoas, quando adquirem uma habitação não tomam os necessários cuidados. Depois sofrem desilusões enormes.

É uma boa prática, se vai adquirir um habitação usada, verificar o estado de conservação, saber que obras foram feitas no prédio, quando foram realizadas,ver se encontra algum defeito, humidades, paredes rachadas.Veja e experimente o seu lugar de aparcamento, zona de manobras, bem como a subida e descida nas rampas.

Veja se as zonas comuns estão limpas, pergunte qual é o valor da mensalidade do Condomínio e se está pendente alguma acção contra o construtor.

Observe o local, está estabilizado? há oficinas ruidosas? má vizinhança?

Lembre-se do que aconteceu com este meu amigo e procure saber se há problemas entre os moradores. Todo o cuidado é preciso pois comprar uma habitação custa muito dinheiro!

Certamente esqueci de outros cuidados a ter,se souber de mais alguns sinta-se à vontade para os dizer, só terei que lhe agradecer.

Até à próxima.

 


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16/06/09

Telemóvel Não se Deve Esquecer!

O rapaz entrou apressadamente na Cafetaria e perguntou à proprietária se ela não tinha visto um telemóvel que ele esquecera naquela mesa onde há menos de uma hora tomara uma bebida.

Ela respondeu que não, não tinha visto, e ficaram a falar: – O senhor não terá deixado noutro local? Ele tinha a certeza que foi ali naquela mesa e só tinha dado pela falta quando conduzia o automóvel.

Foi quando a dona do estabelecimento teve uma ideia brilhante: – Olhe, diga-me o número do telemóvel que eu faço uma ligação, se ele estiver por aqui logo se ouve.Assim o disse e assim o fez.

Então para surpresa das pessoas que estavam na Cafetaria (eu incluído), ouviu-se em surdina, uma música conhecida, muito usada nestes aparelhos.

-É ele! Quase gritou o rapaz. Nós já tínhamos notado de onde vinha o som.

A moça não tinha mais do que vinte e cinco anos, elegantemente vestida, escrevia qualquer coisa numa agenda. Quando pressentiu que todos olhavam para ela, levantou os olhos e falou:

-É o meu. Continuou a escrever e a música deixou de se ouvir.

Mas a dona da Cafetaria não desarmou e voltou a ligar e o som ouviu-se, sem qualquer dúvida, dentro da bolsa da jovem.

- A menina não atende? Perguntou a dona do Café, já irritada.

Então a tal menina levantou-se, dirigiu-se ao rapaz, tirou o telemóvel e entregou-o dizendo apenas: – Desculpe. E saiu quase a correr.

Curiosamente, nós os espectadores que assistimos a tudo sem dizer uma única palavra, descobrimos logo imensas coisas para dizer. Desde o “ não devia tê-la deixado sair”, passando pelo “ mas que descaramento”, até ao “ porque não chamou a polícia?”

Talvez seja útil esclarecer o leitor que goste de análises psicológicas, que excluindo a proprietária do estabelecimento e a jovem, todos eram homens. O motivo porque ninguém interferiu, talvez dê um bom exercício de análise. Outro bom exercício seria teorizar sobre o porquê do deslize da moça.

Ainda quisemos saber se ela tinha pago a despesa. Mas a senhora sossegou a plateia: Ela tinha liquidado a conta logo que foi servida.

Pessoa honesta, sim senhor! O problema da menina parece ser só no que se refere a Telemóveis.

Até à próxima


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26/10/08

Se o meu Blog falasse!

Se este blog pudesse falar certamente reclamava da pouca atenção que lhe dou. E teria toda a razão, coitado!

É que infelizmente eu não pertenço àquela classe de privilegiados que parecem ter um sistema de inspiração automática. Basta pressionar um botão e sai um artigo cá para fora.

Os seus blogs vivem felizes e contentes. Têm alimentação a horas certas e com as calorias necessárias para os manter saudáveis.

E afinal não é difícil alimentar um blog. Eles até nem são esquisitos. Comem de tudo: seja comida fresca ou requentada, acrescentada, pouca quantidade, muita quantidade, indigesta, intragável, seja o que for. Só desejam ter a atenção do dono.

Lamento não ser assim, e sempre que desejo escrever alguma coisa, recordo a conhecida história do Picasso.

Quando alguém lhe perguntou qual o método que ele utilizava para pintar. ele disse:
- Primeiro sento-me.
Esse alguém, admirado falou:
-Eu não sabia que o mestre pintava sentado!
Então Picasso explicou:
-Não, eu pinto sempre em pé.

Comigo se passa algo de semelhante. Eu sento-me e fico a pensar no que vou escrever. A diferença é que Picasso, depois levantava-se e pintava, mas eu continuo sentado, até que a vontade de escrever acaba por passar.

Até à próxima.

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10/10/08

Sorria. É de graça!

Da maneira como as coisas estão, com esta crise que atinge quase todos os Países, existe um pessimismo generalizado. Mas vamos ter esperança, pois, como disse o poeta: "Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe."

Se achar graça a estas frases que encontrei por aí, sorria. Quem sabe, talvez se sinta mais optimista.

-Aquele que ao longo do dia, é: Activo como uma abelha; Forte como um touro; Trabalha que nem um cavalo. E no fim de semana se sente cansado como um cão. Deve consultar um veterinário.

-As nuvens são como os chefes... Quando desaparecem, o dia fica mais lindo!

-Por maior que seja o buraco em que te encontras, sorri, porque por enquanto, ainda não há terra por cima.

-Se te estás a sentir sozinho, abandonado e a achar que ninguém te liga... Atrasa um pagamento!

-Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

-Porque é que um homem não pode ser simultaneamente, bonito e inteligente? Porque senão seria uma mulher.

-Aos 769 anos, Matusalém estava tão bem conservado, que só lhe davam 545.

-Se você é capaz de sorrir, quando tudo deu errado, é porque já descobriu em quem pôr a culpa.

-Os homens mentiam muito menos,se as mulheres não perguntassem tanto.

-Há duas palavras que abrem muitas portas: Puxe e empurre.

-O importante não é saber, mas ter o número do telefone de quem sabe.

Espero que tenham, ao menos,dado um sorriso. :)

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09/09/08

Memória + Poder de Observação = Mulher

Por que razão as mulheres se recordam daquelas datas ou acontecimentos, que nós, homens, sempre esquecemos ?


Mesmo que uma mulher nem tenha uma memória prodigiosa, quando se trata de saber o dia em que começou o namoro, lá estará ela com o dia, mês e ano, na ponta
da língua.
E não fica por aí, ela sabe: o lugar onde aconteceu, o que o rapaz disse, e também como estavam vestidos.


É um espanto que quando se zangaram numa festa (porque ele olhou três vezes para uma ruiva), e tempos depois reataram, ela saiba as datas, fale na estúpida da ruiva e recorde que foi ele que tomou a iniciativa de a reconquistar.


Quando se fala do primeiro beijo é sensacional que qualquer mulher descreva integralmente tudo, mas mesmo tudo. Onde foi, a que horas foi, como foi, o que sentiu, e como estavam vestidos.


Quando se casa, a sua mulher não vai esquecer nada, nadinha de como foi desde o pedido até ao momento em que saíram da festa. A lua de mel ficará gravada e pronta para ser lembrada sempre que for preciso.


Um rapaz que eu conheço, contava que o que tinha mais medo era da memória da namorada.
É impressionante a memória selectiva que elas possuem para este tipo de acontecimentos!

Nós, que a nossa mente funciona de outra maneira, vemos o conjunto e esquecemos os pormenores. Não somos bons para datas. Chegamos ao cúmulo de (quando é preciso) nem lembrar a data do casamento. Bem sei que temos sempre o recurso de (disfarçadamente) vermos a data na aliança.


Nem dizendo que é a nossa natureza, que somos assim, desligados desses pormenores. Nada as convence. Dizem que o nosso problema não é falta de memória, é mas é, falta de amor. Que injustiça! Só nós os homens é que nos compreendemos!


O nosso azar não fica por aqui. As mulheres são extremamente observadoras. São capazes de descrever qualquer cena passada com ambos, com uma minúcia desconcertante. Mesmo que você diga que não foi assim, não lhe vale de nada. É preferível concordar!


Um amigo meu diz, a propósito: Quando na praia tu vês aquela "escultura" de fio dental sozinha a passear na areia, a tua mulher já a viu há 10 minutos. Como é possível?


Só nunca percebi porquê, com tanto poder de observação, as mulheres ainda se enganam quando escolhem o marido. Sim, pois se vocês julgam que são os homens que escolhem a companheira, estão muito enganados!
Até à próxima.


Photo Credit:Nookiez

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16/06/08

Blogues! Chegou o curso que fazia falta!

Fiquei sabendo hoje, no texto escrito por Paulo Faustino do Fique-Rico, que vai ter lugar o 1º Curso de Criação e Rentabilização de Blogs em Wordpress.

O Curso será nos dias 12, 19 e 26 de Julho na Cidade do Porto, nas instalações da Fordual, que promove esta iniciativa.

Terá a duração de 21 horas, divididas em 3 sessões de 7 horas cada. O custo será de 195 € + IVA, e inclui a Formação, Certificado acreditado, Domínio (.com.; .net. ; .info. ;.org.), e ainda um pacote de alojamento profissional.

Para saber mais sobre este Curso, como sejam, o Programa e as Inscrições, clique Fique-Rico. Mas fique já sabendo que o Formador será o Paulo Faustino, que por si só, é uma garantia de qualidade.

Do meu ponto de vista, este é um curso que, para além dos conhecimentos que vai transmitir, dará a oportunidade de se conhecer pessoas com os mesmos interesses, fazer amizades e trocar opiniões.

Espero lá estar!

José Pereira


Nota: Por motivo de o número de inscritos não ter sido suficiente, o Curso não se realizou. (Actualização feita em Setembro)
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12/06/08

Cumprimentar ou não cumprimentar, eis a questão!

Nunca lhe aconteceu ter um colega de trabalho, que por tudo e por nada lhe dá um abraço e um aperto de mão? Pois eu tenho um, no meu local de trabalho.
Cumprimenta quando chega ao serviço; cumprimenta (às vezes até nos abraça) quando dizemos uma piada. -"Essa foi mesmo boa!" E lá vem um aperto de mão e/ou um abraço.
Eu, que até gosto de dizer umas graças, estou a ficar inibido, pois sou a maior vítima do entusiasmo do Artur. -"Pára lá com isso", digo eu. Mas aquilo está-lhe no sangue. Só sai com transfusão! Raro é o dia em que não sou cumprimentado, umas dez vezes. Eu e os outros colegas que compartilham a mesma área de trabalho com aquele chato!
Há muitas situações que o "obrigam" a cumprimentar-nos. Seja uma novidade que um de nós anuncia; seja um elogio do chefe a respeito do nosso trabalho; seja quando o nosso clube ganha. Aquilo é compulsivo! Já evitamos falar certos assuntos na presença do rapaz.
Curiosamente existe um outro tipo, na secretaria, que é o contrário deste. Cumprimenta toda a gente no dia 1 de Janeiro, e vai dizendo: - "Agora, só no fim do ano". E não dá mais nenhum aperto de mão durante os 365 dias. E no dia 31 de Dezembro, lá vai ele, de sala em sala, desejar a cada um, feliz "reveillon". É o segundo aperto de mão do ano.
Mas o caso deste já está diagnosticado. Ele sofre de bacilofobia (medo de micróbios). Lava as mãos não sei quantas vezes por dia, evita tocar nos puxadores das portas e outras manias.
Mas ao menos não nos chateia!
José

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30/05/08

Blogues. São como uma empresa?

Quase no fim da reunião anual de vendas de uma empresa, depois de terem falado, o director de marketing, que elogiou a publicidade feita nesse ano e a campanha espectacular que ia começar, e o director de vendas, que aplaudiu a competência dos seus profissionais, que tinham contribuído com as suas sugestões, para tornar os postos de venda, melhores que os da concorrência.

O presidente da empresa, então perguntou: Se possuímos a melhor publicidade, o melhor marketing, os melhores postos de venda, porque razão vendemos menos comida para gatos, que a concorrência ? Um silêncio pairou na sala, pareceu uma eternidade. Até que uma voz sumida, lá do fundo, respondeu: Porque os gatos a detestam.
Tal como os blogues, pensei eu. Uma ideia, auxiliada por campanhas permanentes de marketing, óptimos templetes com uma navegabilidade excepcional, por si só não aumentam o tráfego nem o valor da factura, se o seu produto, isto é,o que você escreve, não for do agrado dos destinatários, que são os visitantes.

Vão entrar, uma vez, podem até ir outra vez, para tirar a prova, mas não voltarão.

José

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06/05/08

Escadas ou quebra-cabeça?


Subir estas escadas é mesmo um quebra-cabeça! Se você quer ir para a habitação do 1º andar, não pode. Para a habitação do 2º andar, nem pensar.

Se me tivessem contado que tinham construido umas escadas assim eu não acreditava! Mas a fotografia é elucidativa. Aqui, nem o "errar é humano" serve para desculpar.

Não vale a pena ficar a pensar quem foi o responsável por está maravilha! Dê uma boa gargalhada e pronto.

José
Fonte: Cacau´s Weblog

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30/04/08

Cuide da sua saúde. Seja mau !

Há uns 15 anos atrás, uns amigos apresentaram-me um senhor de 87 anos, muito simpático e com bastante senso de humor. De tal modo que quando lhe perguntamos a que se devia a sua longevidade, o senhor respondeu que se devia a: Alimentação saudável, caminhar uma hora por dia e ... ser mau!

Todos rimos da piada, mas nenhum de nós lhe pediu que explicasse o benefício de ser mau. Não quisemos mostrar ignorância. E quando, mais tarde perguntei aos meus amigos, eles responderam: -Ele é um brincalhão!

Ser mau? Durante alguns dias aquilo ficou na minha memória. Porquê ser mau aumentará a probabilidade de viver mais tempo?

Até que descobri ! E talvez muitos já tivessem reparado, mas eu não. É que quando morre uma pessoa, os parentes, os amigos e os conhecidos dizem sempre: - Foi uma pena. Ele era tão boa pessoa, sempre pronto a ajudar!

É muito raro que alguém diga mal do falecido. Pelo menos em público. Ora o tal senhor (brincalhão), que já tinha reparado nisso, ironicamente formulara uma teoria: Se os falecidos são sempre boas pessoas, então ser mau é saudável!

Portanto se você ainda não tinha pensado nisso, agora já sabe: Ser bom é prejudicial à saúde.Se quer viver muitos anos, seja mau.

José


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21/04/08

Eu mordo-me de inveja.

Certamente você já reparou naquele tipo de pessoa com quem nos cruzamos diariamente, que anda na rua em passo lento, como se tivesse todo o tempo do mundo por sua conta e com ar de quem quer dizer: Eu sou o máximo!

Caminha com os braços arqueados e afastados do corpo, tal como o cow-boy dos filmes, nos duelos, prontos a sacar das pistolas.

Não sei porquê, mas nunca traz nada nas mãos,penso que é para não estragar a figura, só o vejo com um saco pendurado no ombro quando vai para o ginásio.

Está sempre fazendo pose, como se soubesse que a qualquer momento vai ser fotografado. Aparentemente não tem nada para fazer. Não gosta de ler e apenas cuida de manter os músculos.

Acorda entre o meio dia e as 14 horas, almoça sempre no mesmo local, onde, por ser cliente habitual, tem um bom desconto na refeição. Dali segue para o mesmo sítio de todos os dias, para um bate-papo com os amigos. Ao fim da tarde vai até o ginásio.

Não sei o que faz à noite, mas deve recolher ao seu quarto bastante tarde, tendo em vista as horas a que se levanta.

Imagino que a vida lhe corre de feição, porque se nota que é uma pessoa contente consigo mesmo. E aquela tranquilidade olímpica, só é explicável por uma ausência de preocupações.

Ao menos que haja alguém tranquilo no meio da azáfama da cidade.È que parece estar sempre de férias.
Pois é, mas eu mordo-me de inveja. :)

José


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06/04/08

Como fugir destas pessoas.

Todos temos um amigo que pertence ao tipo de pessoa que quando encontramos na rua, cumprimentamos: - Então, tudo bem? Ele, invariavelmente torce o nariz e responde: - Nem por isso. Ou então: - Já andei melhor. Ou ainda:- Mais ou menos. Ou mesmo: - Assim assim. E começa a contar a história dos problemas de saúde que tem tido nestes últimos meses.

Dez minutos depois ainda continua desfiando "desgraças", que afinal são problemas que toda a gente tem. Mas os dele são sempre piores. Eu detesto este tipo de pessoa porque ele seca o nosso optimismo.

Nós quando o encontramos, até ficamos contentes. Há tanto tempo que o não via! Mas quinze minutos depois, eu pelo menos, já não aguento mais. Eu chamo a essas pessoas os "pessimistas militantes", a vida deles nunca vai bem.

Imagine que eu até já experimentei várias vezes cumprimentar assim: -Você está com óptimo aspecto!
Pensa que isso muda a maneira dele? Pois já me responderam: É, o aspecto até nem está mau,mas isto é só fachada, o pior é o que eu sinto cá dentro. E lá vai a história das preocupações dele. E mais quinze minutos da minha impaciência.

Mas repare que estes encontros não são tão raros assim! Eu sei que eles devem ficar mais aliviados. Mas que eu fico pior, lá isso fico. E a conversa que poderia ter sido agradável, não chega a acontecer.Porque logo que ele pára para respirar, encontro maneira de me despedir.

Afinal o que se há-de fazer, para evitar que estas pessoas sequem a nossa boa disposição?

José


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26/03/08

Eusébio. Que jogador seria hoje?

Há algum tempo atrás, andava eu navegando por essa blogosfera e vi uma pergunta que uma revista "on line" (já não sei que revista era. Juro que não sei mesmo.), fazia aos seus leitores. Era sobre Pelé, e queria saber opiniões sobre: que jogador seria Pelé se hoje tivesse 25 anos.
Eu até achei que tinha lógica a pergunta. Pois os tempos mudaram, o futebol também. Hoje é muito mais táctico, o jogador tem que se integrar em planos, que talvez prejudiquem o seu talento natural. Enfim, achei que tinha razão de ser, a pergunta.
Ontem vendo na TV, Eusébio falando aos jovens alunos de um estabelecimento de ensino em Maputo, contando recordações, fiquei a pensar: Se Eusébio tivesse nascido em 1984 seria hoje o excepcional jogador e goleador, que foi na sua época?
José

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15/03/08

Gorila velha não deve engravidar.

Pode ser perigoso engravidar, visto tratar-se de uma das gorilas mais velhas do mundo. E como tal pode acontecer, os funcionários do do zoológico de Belfast, na Irlanda do Norte, preocupados com uma gravidez, que eventualmente, seria de risco, estão a tratar a gorila Delilah, de 44 anos de idade, com uma pílula anticoncepcional, que é receitada para as mulheres.

Mas ela ainda despertará o interesse dos gorilas macho,com os quais convive no cativeiro? Bem, isso não sei, mas a notícia refere que a Delilah, tem um "comportamento insinuante" quando se aproxima dos machos.

O director do zoológico, diz que "uma gravidez neste momento da vida não seria aconselhada,visto que sofre de artrite e poderia não suportar as transformações que o seu corpo iria sofrer".

Isto aqui para nós, é assédio sexual não é? Não será, pois não consta que os machos estejam a sentir-se incomodados,nem tenham reclamado.

José

Fonte:Portugal Diário

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Histórias infantis metem medo.

Parece ironia dizer que estas histórias metem medo? Preste atenção e depois diga qualquer coisa.
Nos seus tempos de infância com certeza lhe contaram aqueles belos contos que deixavam a criança que você era, com um aperto no estômago e o coração batendo mais acelerado. Depois foi aparecendo o medo do escuro, o medo dos ruídos, do trovão, e o levantar para se meter na cama dos pais. Lembra-se disso, não se lembra? Agora recorde as histórias que nos contavam.
A do Chapeuzinho Vermelho, o lobo come a avozinha e depois quer comer a menina, que é salva por uns caçadores que passavam ali perto.
A Branca de Neve, passa um mau bocado com a bruxa. A Gata Borralheira, bonita, mas pobre vive angustiada e triste, descriminada pela madrasta e respectivas filhas que são feias.
E o problema do Pinóquio, que não pode dizer uma pequena mentira que o nariz logo cresce.
Em tudo quanto é história, aparece sempre uma bruxa feia e má que complica a vida da menina bonita e boazinha. Lembra-se do que a bruxa fez no conto da Bela Adormecida?
Já sei que me vão dizer que estes contos têm sempre um final feliz, e que há sempre uma, ou mais fadas, belas e sempre disponíveis, que dão a volta à situação. Ou um príncipe, que com um beijo resolve o problema.
Mas a verdade é que naquela idade, o que fica, é o que se refere à bruxa feia e ao lobo mau, ou seja, o que mais assusta. Talvez porque, quando a mamã está a contar a segunda metade dessas histórias ( a parte em que entram as fadas e os príncipes), a criancinha já adormeceu.
E durante alguns anos, a criança vai ter uma "teoria", que o que é bonito é bom e o que é feio é mau. Mais o que ela ouvirá, da empregada doméstica, e não só, do tipo: "se não te portas bem eu chamo o lobo mau", etc..
Mas actualmente a coisa piorou. São lutas e mais lutas, entre criaturas incríveis. E embora haja alguns canais de TV que alinham menos nestes horrores, as crianças parecem gostar dos que têm lutas e muito ruído.
E há as bandas desenhadas e os livros de histórias que desmistificam com mais ou menos humor, os antigos contos. Vi em data recente, uma de Quino, em que Capucita Roja (é espanhol), quando chega a casa e o lobo já comeu a avó, ela procura e encontra uma apólice do seguro de vida da avozinha, e a história termina com a mãe da Capuchinho Vermelho e ela própria, as duas deitadas à sombra, tomando sumos e capuchinho acariciando o lobo.Gostei de um livrinho que vi.
E um livro infantil, com texto de Chico Buarque e ilustrações de André Letria, o "Chapeuzinho Amarelo". Achei interessante, porque aí sim. Ela tinha medo de tudo: "tinha medo de trovão". /Minhoca pra ela era cobra./E nunca apanhava sol/porque tinha medo da sombra/..."
Ela perde o medo do lobo , e em relação a todos os seus antigos medos ela inventa uma brincadeira: "o lobo já não é lobo, é bolo" ,"barata é tabará". E por aí adiante.
É um curto livro, que é um exemplo, do que na minha opinião, deveriam ser as histórias infantis. Não mete medo, e pelo contrário, ensina um truque para perdê-lo, naquele jeito especial de letra de música.
José

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02/03/08

Romeu e Julieta





Recordam-se da tragédia "Romeu e Julieta", escrita no séc. XVI, por William Shakespeare? Os adolescentes (ela tinha 14 anos), que se apaixonaram e casaram em segredo, e depois de uma série de equívocos, matam-se. Primeiro ele ao julgar que ela estava morta, depois ela, que vem a si, e vê Romeu ao seu lado "completamente morto". Tudo porque as suas famílias se detestavam. Julieta pertencia aos Capuleto e Romeu aos Montecchio. Afinal depois da tragédia dos apaixonados, as famílias reconciliaram-se.
Desculpem a brincadeira do "completamente morto", mas foi para quebrar a emoção.
As fotos acima, dizem respeito a um dos locais do drama: A casa de Julieta.
- A 1ª foto: A célebre Varanda de Julieta (Terrazza di Giulietta);
- A 2ª foto: O pátio da casa e vê-se também a varanda;
- A 3ª foto: A mesma varanda vista do interior da casa;
- A 4ª Foto: As roupas de Romeu e Julieta. Pelo menos é o que dizem.
- A 5ª foto: A cama de Julieta.
Isto passou-se em Verona, uma cidade interessante que é atravessada pilo Rio Adige.
Mostrarei em outra ocasião, mais algumas fotografias.
José Pereira

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09/02/08

Quantas decisões toma por dia?

Você tem ideia de quantas decisões é obrigado a tomar durante um dia? Eu também não. Mas são muitas. Procuramos transformar parte do dia numa rotina, fugimos bastante de situações novas, tudo para evitarmos tomar decisões a cada momento. Mesmo assim não escapamos!
Desde que acorda até que sái para o trabalho, é o período mais rotineiro do seu dia. Mas mesmo assim, tem que escolher a roupa que vai vestir e qual a gravata que fica bem com este fato. Isto é o mínimo.
Você leva as crianças à escola? Então conte as vezes que decide alguma coisa mais. Depois, já no automóvel em direcção ao trabalho, tem que fazer muitas opções: trava ou acelera, atende o telemóvel? Não, depois eu ligo. Ultrapassa ou não, insulta ou é melhor não ligar àquele estúpido.
Isto do pára-arranca, dá-me cabo dos nervos. Não venho mais por aqui!
Entra na cave para estacionar. Já não tem o lugar habitual junto ao elevador, e agora? Talvez aquele, mas não, fica muito afastado. -Ah! Ali está um. Vai ser mesmo aquele. Decide ficar cinco minutos sentado ao volante, para relaxar. Mas os seus pensamentos remungam: O trânsito está um inferno, toda a gente tem dois carros! Por falar nisso, tenho que trocar o carro, ou comprar outro e este fica para a Marta.
Veio ao seu pensamento aquela discussão de ontem à noite, por ela aceitar a boleia do colega, na vinda para casa. -Não gosto que a minha mulher venha de automóvel com um homem que não seja eu! E eu detesto -disse ela- que tu almoces quasi todos os dias com a tua colega. A discussão parou quando ambos negociaram e tomaram a decisão de: -Pronto, está bem, venho no autocarro e tu almoças sózinho. E ficou combinado.
Oh, esqueceu-se das horas, tinham passado vinte minutos. Toca a correr para o elevador. Já no escritório tem que tomar a primeira decisão. Vai ter com o chefe ou vai para a sua secretária. Resolve perguntar à colega: -O chefe já me chamou? Não? Então vai para o seu gabinete onde quasi toda a manhã tem que decidir inúmeras coisas.
Decisões e mais decisões, é sempre assim. Ao almoço, sózinho, claro! Depois de decidir o que vai almoçar e enquanto espera, pensa nos filhos. Agora o Pedro (dez anos) cismou que quer uma bicicleta. Diz que todos os amigos, ao sábado, andam de bicicleta e ele não. Dá sempre discussão.
Decide falar com a mulher sobre a hipótese de propor ao Pedro que se ele melhorar as notas, tem a bicicleta.
Muitas decisões são precedidas de uma negociação. E vendo bem, parte do seu tempo também é passado a negociar. Ora com a mulher, ora com os filhos. Outras vezes é a patroa com a empregada doméstica.
E você, não se lembra daquela gargalhada que deu, mesmo sem achar graça nenhuma à anedota que o chefe contou? Essa foi uma forma súbtil de preparar o terreno para a conversa que quer ter com ele sobre um aumento de ordenado.
É como lhe digo, sabe quantas decisões e também negociações já tomou hoje? Vê como não sabe?
Pode somar mais uma: decidiu hoje visitar o meu blogue.
Como deve ter notado, dirigi-me a você, que é homem. Mas fique sabendo que as mulheres tomam três vezes mais decisões que os homens.
José Pereira

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05/02/08

Duas festas de Carnaval.

Ontem recordei duas festas de carnaval, que me marcaram. Um delas foi na minha infância, o outro, eu já era adulto e casado. Não resisto a contar.
Tinha eu oito ou nove anos e o meu pai me levou a um baile infantil, na sede da Tuna Luso Comercial, em Belém do Pará - Brasil (onde nasci). A meio do baile, com o salão do 1º andar a abarrotar de crianças a saltar e a cantar, eu tive sede e o meu pai levou-me ao bar, que ficava no rés do chão, mesmo por baixo do salão de dança.
Quando entrei e vi o tecto de madeira, a balançar de cima para baixo e de baixo para cima, e os candelabros pareciam um pêndulo de relógio de parede, naquele movimento de um lado para outro, fiquei assustado. Já não queria voltar a subir: Papai, vamos embora que isto vai cair! Mas o meu pai lá me convenceu e acabei indo. E felizmente a festa continuou e eu acabei esquecendo o que tinha visto. Foi uma festa de Carnaval, muito alegre para mim! Aquele ambiente de atira confetis, serpentinas, e aquele odor a perfume(dos lança-perfume), ajudou muito.
Aos 30 anos, já casado, recordo pela negativa, uma noite de Carnaval em que eu com a minha mulher fomos a um hotel em Ofir (praia do Norte de Portugal). O salão de baile estava tão cheio
de gente, que era impossível dançar. Os encontrôes eram mais que muitos.
Bem tentamos várias vezes, mas era mesmo impossível. Resolvemos ficar sentados à mesa, mas a festa já estava estragada e pouco depois viemos embora, muito antes da hora prevista.
Duas festas, dois aborrecimentos, resolvidos de modo diferente. O da criança que resolve tirar partido da alegria que reinava. O modo do adulto que não conseguiu que a alegria da festa o fizesse esquecer que tinha pago para se divertir e afinal não encontrara condições para tal.
José Pereira

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28/01/08

Ideia Boa Muda Uma Vida.

Boa ideia teve Anna Sam, caixa de um supermercado na periferia de Rennes, quando criou um blog em Abril de 2007, no qual conta a sua experiência.
O seu blog, com o titulo "Caixa sem futuro", excedeu as 120.000 visitas e um jornal de Rennes distinguiu-a como uma das bretãs de 2007.
As boas ideias, às vezes surgem na sequência de uma má experiência. Foi o que aconteceu com Anna, ao ouvir uma mãe dizer à filha "tens que estudar, ou acabarás como esta mulher", enquanto apontava Anna com o dedo.
Foi esta cena que fez com que a caixa, de 28 anos e diploma universitário em Linguística, tivesse a ideia de criar o blog.
Das muitas histórias que tem contado, tem aquela em que foi insultada por um cliente, por não haver sacos de plástico, ou conflitos que presenciou entre casais, sobre quem vai pagar a conta.
Desde que o seu blog se tornou notado, Anna tem sido solicitada para entrevistas, reportagens e já foi contactada por um editor de Paris, para a publicação de um livro, sobre as suas experiências. Por tudo isto, ela deixou o trabalho esgotante que realizava há 8 anos, e que já lhe causara uma tendinite, e inscreveu-se no centro de emprego. Continua a escrever no blog que a tornou famosa, pois ainda tem muitas histórias para contar.
Casos como este não são inéditos. Pode acontecer quando menos se espera. Só é preciso ter uma boa ideia. É fácil não é?
José Pereira

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22/01/08

Sexo. Portugueses Pesquisam Pouco na Net.

Sexo já não é a palavra mais procurada na Net.Mas durante dois anos consecutivos, sexo foi a expressão que liderou as buscas. Entretanto no ano passado, segundo dados do estudo Netpanel da Marktest o resultado foi outro. O estudo só teve em conta, portugueses que entram na Internet a partir de suas casas. As três palavras mais pesquisadas foram:

1º YouTube -- 826.000 pessoas
2º hi5 -- 616.000 "
3º Gmail -- 497.000 "

Até ao 10º lugar estão ainda Wikipédia, Jogos, Sapo, Hotmail, Google, Fnac e Tmn. A palavra sexo ocupou o 15º lugar.

Porquê se desinteressaram os portugueses de procurar aquele assunto? Ou já aprenderam o que que queriam saber, ou sentem-se compensados vendo os vídeos do YouTube,ou vão ser práticos e procurar namorada no hi5, ou outro da especialidade.

Mas quando você souber, o que procuram os Chineses, ficará surpreendido que sendo a China, politicamente, um país comunista, os interesses dos cidadãos apontem (sabe para quê?), para a Bolsa de Valores, sim, isso mesmo acções da bolsa.

O Google, através da sucursal na China, revela que a palavra mais pesquisada é "Stock" (bolsa de valores), e Sexo nem por isso.
Os dados revelados, indicam que em 2007, entre as seis palavras mais procuradas estão os nomes de três grandes bancos chineses.

A agência noticiosa italiana ANSA, diz que o interesse dos chineses vão para assuntos que não tem muito a ver com o regime que os governa. Assim nas buscas que fazem na Internet são expressões como estas: "o que é um Fundo?" Ou o que é uma "Blue chip", duas das acções mais adquiridas na bolsa de valores.

Se calhar esta pouca procura da palavra sexo tem a ver com a lei que não permite que cada casal não possa ter mais do que um filho!Não querem arriscar. E a procura em relacção a coisas de dinheiro é o sonho de sair do país. Mas se eles têm ordenados tão baixos, como podem comprar acções? Eles lá sabem! Vou mas é parar de fazer especulações.
José Pereira

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