Quando estamos atravessando esta época tão bonita do Natal, reuni alguns poemas sobre o Natal, escritos por alguns dos nossos poetas. Espero que gostem.
Natal
Nasce mais uma vez,
Menino Deus! Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar,
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
Miguel Torga
O meu Natal
A noite de Natal. Em meu País, agora,
O que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia
à luz das velas, ou à luz duma candeia,
entre risadas de crianças e cristais
(de que me chegam até mim só ais, só ais!).
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
pondo de parte ódios, torturas, aflições,
que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
são todas em redor de uma toalha de linho!
António Nobre
Natal
Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Com a família é verdade!
Meu pensamento é profundo
´Stou só e sonho saudade
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Fernando Pessoa
O Presépio
Duas tábuas...
E era um berço!
Estaria Deus lá dentro?
Tudo escuro...
E alumiava!
Fomos a ver...
E lá estava.
Pedro Homem de Melo
20/12/07
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Muito bonitos. Cada qual no seu género e o mesmo tema...
ResponderEliminarOs poetas conseguem o milagre de dizer por poucas palavras aquilo que nos parece tão difícil de exprimir.
Sim. O que disse sobre os poetas é verdade.
ResponderEliminarSer poeta é voar mais alto...